E a história começou assim...


No natal de 1996 ganhei o meu primeiro diário. Daqueles com cadeado e tudo.
Me sentia um pouco triste, pois era o primeiro natal que eu passava longe de minha querida mãezinha. Eu e meu irmão mais novo estávamos em Vitória/ES e minha tia que nos hospedava não tinha conseguido passagens para Minas, antes do dia 24 de Dezembro. Na tentativa de me animar, meu tio me presenteou com o que se tornaria um hobby por toda a vida.
Eu tinha 12 anos e era aniversário dele: meu primeiro e maior amor platônico. Achei que isso não era só uma coincidência, então lhe dediquei o diário.

"Juro nunca desmanchar ou tentar apagar alguma coisa que eu, Samyta Passos Nunes Costa escrevi aqui e que tudo que está escrito é puro sentimento de uma adolescente, nada é mentira. Ricky, te amo sempre."


 Ao reler essas linhas, rio de mim mesma. Mas foi exatamente aí que tudo começou. Esse primeiro cantinho de resgistros se tornou (assim como para incontáveis adolescentes pelo mundo afora) meu melhor amigo e confidente. Desde o amor de menina tiete, até minhas maiores angústias, alegrias e frustrações dessa mulher de 2011.
Tem uma coisa interessante nesse lance de diário: fica mais fácil identificar os padrões que vão se estabelecendo e se repetindo na sua vida. De vez em quando eu leio o que escrevi em uma data aleatória e vejo aquilo de uma outra perspectiva. Às vezes é engraçado como algo (ou alguém) que era tão importante, essencial em minha vida, agora já não significa mais nada. Noutras, me emociono com fases difíceis, sentimentos e situações que ainda machucam, ainda habitam minha alma. Relembro sonhos esquecidos, dou risada com as bobeiras, encontro de novo a criança que vive aqui dentro de mim. Todas as personas que me povoaram em tantos momentos diferentes.
Mas o incrível (ou terrível) mesmo é perceber que o que escrevi aos 12 anos, poderia ter sido escrito aos 18, aos 25 ou ontem...

"Ah, meu querido diário! Se o meu amor fosse o bastante para encher o meu coração e o dele... Mas se ele não me ama o que eu hei de fazer?!"
  Há quem diga que recordar é viver. Pois eu digo que algumas vezes é preciso deixar mortas algumas recordações, ou apenas fazê-las ficarem lá atrás, no passado.
Para que algo novo nasça, é necessário que morra o velho, não?!
Escolho a carta da morte no tarô, dessa vez.
Renovação e renascimento.
E um novo diário: o virtual!




Comentários

  1. Realmente é um exercício do mais válido escrever num diário. Incrível que, como você disse, alguns fatos se revelam recorrentes, é ótimo atentar pra esse tipo de coisa. Algumas lembranças nascem para serem sepultadas, e digo que, até que elas não sejam, sofremos um bocado com isso. Mas é isso, é sempre bom recordar os bons momentos e aprender com erros passados. Excelente o seu texto Samy.

    Beijo, Gih.

    ResponderExcluir
  2. Verdade, Gih. Nos resta então aprender com o sofrimento para evitar outros ainda maiores no futuro, né?!
    Missão quase impossível...rs
    Obrigada por sua doçura e gentileza de sempre, querido.
    Beijo

    ResponderExcluir
  3. Ei Sa! Adorei a ideia do Blog - diario virtual! Achei muito bom estar mais perto de voce, mesmo estando tao longe! Talento pra escrever e sensibilidade voce tem de sobra! :)
    Pode deixar que vou ficar ligadinha por aqui! =)
    Um beijao
    Tassita

    ResponderExcluir
  4. Tassita,

    Engraçado eu tive a mesma sensação - a de estar mais perto de você - quando comecei a ler o seu blog. Hehe. São as vantagens da tecnologia, aproxima as pessoas, né?
    Obrigada pelo incentivo, flor!
    Beijo grande!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Olá,

Comentários são muito bem-vindos!
Passarão pela minha moderação, claro.
Porém, se for comentar como anônimo e espera que eu responda, coloque um nome, ok?!

Beijoss

Postagens mais visitadas