Aniversário
No momento em que enviei aquela mensagem, me arrependi. Não era aquilo o
que eu queria dizer. Na verdade, eu queria dizer. Escrever não... Soou
tão impessoal, tão protocolado que me embrulhou o estômago quando reli. "Que você tenha um feliz aniversário. Toda felicidade e sucesso. Beijo"
Se eu não tivesse saído e tomado aquelas cervejas, é bem provável que deixaria passar em branco. Afinal, já estava tudo decidido. Eu não ia me manifestar, iria só esperar calmamente a passagem das 24 horas desse dia. Infinitas 24 horas que eu deixaria passar. Mas de quê me adianta colocar a culpa na bebida agora?! Eu mandei a mensagem, não mandei??? Fiz por merecer aquela resposta, que eu já sabia que viria contendo a tal palavra que me deixaria perturbada e sem conseguir dormir essa noite. "Saudade". Foi só isso o que me respondeu: "Obrigado. Saudade." No mesmo segundo senti tudo sendo sugado e bombeado ao mesmo tempo dentro de mim... E a vontade de chorar que continua até agora dando nó em minha garganta. Quis dizer que também sinto saudades. Pensei até em ligar e pedir pra ele vir me buscar, que iríamos comemorar juntos mais um ano de sua vida. Uma outra parte de mim estava alarmada e me fez desistir, me lembrando daquela noite horrorosa, a última.
Desejei com todas as minhas forças que nada daquilo tivesse acontecido... Absolutamente nada. Desde a primeira mensagem, nada.
Pensamentos tristes me invadiram e vi no espelho do elevador uma mulher que eu não reconhecia. Quantos anos ela tem?! Não pode ter menos de 18, isso logo se vê, mas eu podia jurar que ainda não tinha feito 16. Quantos anos?!
Se eu não tivesse saído e tomado aquelas cervejas, é bem provável que deixaria passar em branco. Afinal, já estava tudo decidido. Eu não ia me manifestar, iria só esperar calmamente a passagem das 24 horas desse dia. Infinitas 24 horas que eu deixaria passar. Mas de quê me adianta colocar a culpa na bebida agora?! Eu mandei a mensagem, não mandei??? Fiz por merecer aquela resposta, que eu já sabia que viria contendo a tal palavra que me deixaria perturbada e sem conseguir dormir essa noite. "Saudade". Foi só isso o que me respondeu: "Obrigado. Saudade." No mesmo segundo senti tudo sendo sugado e bombeado ao mesmo tempo dentro de mim... E a vontade de chorar que continua até agora dando nó em minha garganta. Quis dizer que também sinto saudades. Pensei até em ligar e pedir pra ele vir me buscar, que iríamos comemorar juntos mais um ano de sua vida. Uma outra parte de mim estava alarmada e me fez desistir, me lembrando daquela noite horrorosa, a última.
Desejei com todas as minhas forças que nada daquilo tivesse acontecido... Absolutamente nada. Desde a primeira mensagem, nada.
Pensamentos tristes me invadiram e vi no espelho do elevador uma mulher que eu não reconhecia. Quantos anos ela tem?! Não pode ter menos de 18, isso logo se vê, mas eu podia jurar que ainda não tinha feito 16. Quantos anos?!
Tudo que eu queria era deitar em minha cama e chorar, chorar muito. Mas não quis ter de dar explicações às minhas duas colegas de quarto sobre o motivo de tantas lágrimas. Tive vergonha do que elas pensariam. Decidi não contar a ninguém, quem sabe assim eu poderia fingir que não acontece e que não sinto. É isso que venho fazendo durante todos esses meses, afinal de contas.
Dentro da minha cabeça, a música. Ele pedindo que eu vá lhe dar um beijo. Ainda que eu ouvisse outras canções sem parar, todo o tempo, seu pedido continuaria tocando, bem lá no fundo. Sinto raiva por estar triste, por não estarmos juntos, por tudo que poderia ter sido. Muita raiva. A culpa não foi minha, tento me convencer disso. Não, não foi. Eu fiz tudo que podia fazer, até mais...Penso em todas as possibilidades, desde as mais mórbidas até as mais idiotas. Penso se ele é feliz. Se eu sou. Se haveria ainda alguma chance. Se isso tudo um dia vai passar. Penso muito.
De repente, ouço: "O que foi?" É uma delas, percebendo que há algo de errado comigo. Droga. Às vezes chego a duvidar do meu talento para interpretação. Respondo que não é nada e me levanto para escovar os dentes. Não sei se acreditou, mas pelo menos não me perguntou mais nada.
Enquanto vejo a mulher outra vez no espelho, fazendo movimentos circulares com a escova, divago na palavra. Saudade. Queria que fosse verdade. Mas não só isso, queria que fosse saudade de mim, não do sexo. Saudade do meu riso, do carinho que eu fazia em sua nuca enquanto ele dirigia, do jeito como eu o olhava. Mais ainda, eu queria que fosse insuportável e ele não pudesse mais viver longe de mim. De repente me dou conta de que é aniversário dele e eu deveria desejar-lhe coisas boas, não sofrimento.
Antes de deitar minha cabeça no travesseiro, escrevo no celular: "Que a saudade não diminua o brilho do seu dia, mas lhe traga só as doces e alegres lembranças". Enviado. Estava desejando isso mais para mim mesma que pra ele.
Fechei os olhos e esperei o sono me levar pra longe, como sempre. O que não aconteceu, é claro.
Ué, achei que tinha comentado, mas não foi.
ResponderExcluirLindo. Sem mais.
Obrigada, Laís!
ResponderExcluirBeeju
Amiga, apesar de lindo a forma que escreve, não acho nada lindo você passar por isso. Sabe disso né. Mas pelo menos pela data em que foi escrito é coisa antiga. Assim espero. Fique em paz. Beijo.
ResponderExcluirStéfani Rossi.
Eu sei, miga.
ExcluirMas não se preocupe, esse texto é mais antigo ainda do que a data nele. Esse aniversário específico nem me lembro mais quando foi, acho que em 2010. O pesadelo todo já passou, não sofro mais no 09/08. hehe
Beijo, querida!