Naive boy

Imagens de "L'amoreux"...

Naive: adj.; do inglês - ingênuo, simples, natural, cândido.

"Não reconhecida, mas óbvia intimidade, com entendimento mútuo. Seu desejo de uma compreensão mais profunda de minha parte, do nosso grau de proximidade". - Na impossibilidade de encontrar  outras melhores, pego emprestadas suas próprias palavras para descrever aquele momento em que nos conhecemos. Foi assim que tudo começou e entramos na vida um do outro. Era uma sexta-feira à noite, início do fim de semana, final de agosto e início de setembro. Só agora me dou conta de quão significativo isso pode ser.
Você e seu amigo apareceram do nada nossa frente, cheios de sorrisos. A princípio eu pensei "são só garotos", mas algo no teu olhar me chamou atenção. Tinha uma mensagem sendo dita ali pra mim. Achei estranho e fiquei logo incomodada com aquilo. Pode parecer ridículo, o que eu vou dizer agora, mas a sensação era de que você estava ouvindo os meus pensamentos. Me senti exposta demais, vulnerável. Esquisita.
Percebi que você respondia todas as perguntas com outras, bastante engraçado. Eu ria contigo mas mesmo assim não estava exatamente à vontade, espelhada em seus olhos de menino. Decidi ir pra casa, pro lugar onde toda a confusão mental desaparecesse. E então você se despediu, mas em seguida veio logo atrás, dizendo que ia me dar seu número. Que audácia! Não me deixou anotar no celular, disse que eu ia decorar. Pretensioso. Sarcasticamente eu ri, certa de que não guardaria o número nem até a esquina. E, pra minha surpresa, sonhei com ele. E o tenho de cor até hoje.

Você demorou duas semanas pra reaparecer, depois de ter respondido à minha mensagem no dia seguinte. Curiosamente, interrogações relacionadas a você e ao significado de tudo aquilo que senti no nosso primeiro encontro perpassaram minha mente repetidas vezes durante esse período. Por mais que pensasse e repensasse, não conseguia te entender. Mas é claro, afinal, você é uma esfinge.

... "By Rebecca Dautremer"

Naquele bate-papo, no domingo à noite, você usou uma frase do meu discurso "relacionamentos são tão mágicos" - para os que tem sorte, como seu sempre disse; para os que não tem medo, você discordou. Então veio a constatação:

"descobrir/criar/perceber uma conexão daquele jeito com uma pessoa não é algo que acontece todo dia. é algo que procuramos por toda a vida"

Como você consegue dizer o que eu penso, garoto? Tão novinho... Como pode?

Então você disse que não iria embora. Mesmo com passagem marcada e uma vida em outro continente. Você disse que ficaria comigo, sempre. Que temos o nosso "nós". Diferente de todos os outros, você me trouxe a tranquilidade de saber que não precisaria me abandonar nunca. Era como se soubesse do meu maior medo, desde o princípio. Foi aí que tive a certeza que eu precisava te ver e olhar nos seus olhos de menino outra vez. Havia algo muito além do que eu estava pensando e sentindo a ser descoberto.

(...) Continua