Tudo ao mesmo tempo agora

Eu sei, foi abandono ficar mais de um mês sem escrever.
Mas é que fiz uma promessa a mim mesma que não escreveria mais sobre ele, você sabe. E durante todo esse tempo nada mais saía. Dei espaço ao luto e, mesmo assim, cá estou eu falando dele. Mas logo isso passa, viu?! Parece que nunca mais no veremos, em breve nem vamos nos lembrar de nada que aconteceu . Nem eu, nem você nem ele. 

Já é maio... 
O tic-tac do jacaré que me persegue nunca cessa. Aqui na terra do nunca onde passo dias nem tão vazios agora, começou a esfriar. O inverno está chegando.
Sinto vontades desencontradas, de me recolher e de procurar, ao mesmo tempo. Confiança e medo, expectativa e certeza, alegria e dor. Às vezes encontro algum sentido nisso, outras não.
Nenhuma novidade, eu sei. Mas escuta, a vida não anda mal... Ok, excluindo o fato de que perdi o meu piercing hoje de manhã quando fui trocar de roupa, o resto dá pra levar numa boa. Não é tão irrelevante assim, vai. Gostava muito da minha argola, era a mais fininha que já vi. Talvez não encontre igual. Era meu sinal de rebeldia, lembrança de um momento impulsivo com outras duas amigas. Amanhã vou procurar outro pra comprar, não posso gastar muito porque não tenho um emprego remunerado agora, mas sem ele eu não fico, dane-se. Só espero que até lá o furo não tenha se fechado, porque aí vai se uma merda ter que furar outra vez... É provável que me sinta velha e ridícula demais para tal. Uma coisa é fazer um piercing com 20 anos, outra coisa é com quase 30. De qualquer forma eu não queria abrir mão dele tão cedo.



O que mais?!
Tá, eu sei que um simples piercing de argola no nariz não é assunto pra você e talvez esse seja o post mais absurdo desse diário, por isso vou mudar de assunto, antes que você morra de tédio. 
Discuti com minha mãe essa semana. É, normal e acontece com todo mundo, eu sei. Mas é que ela ficou decepcionada comigo, não gosto quando isso acontece. É verdade que não dá pra ser a filha perfeita sempre, mas daí ver a decepção nos olhos daquela que me amou tanto a vida toda é dose. O caso é que somos muito diferentes e quanto mais tempo passo aqui, longe dela e dos outros, mais díspares ficam nossas perspectivas das coisas. Entendo que ela só quer o que é melhor pra mim, mas tem horas que minha independência grita mais alto, quero fazer minhas escolhas, seguir o meu próprio caminho e arcar com as consequências disso, qual é o problema?! Já tô bem grandinha, você não acha? Uma hora as mães tem que entender que seus filhos cresceram e que não há mais muita coisa que possa ser feita. Espero que eu entenda isso quando tiver os meus e os deixe dar com a cara na parede toda vez que acharem que é isso que tem de fazer. 
Eu a amo e admiro tanto! A última coisa que quero é decepcioná-la, mas essa é uma missão impossível, tenho muitas falhas, sou teimosa pra caramba e detesto "ter que" qualquer coisa. Só me resta esperar que me perdoe.


Hoje o dia está lindo, tão ou mais maravilhoso que a lua da noite passada; que eu fiquei olhando da janela do meu quarto à 1h da madrugada, sozinha. Pensando em quantas escolhas erradas e atitudes auto-depreciativas que já tive até hoje. E ainda nas que virão. Me perguntei por que tem horas que é tão difícil ser gente.
Melhor deixar essa coisa de filosofia barata pra lá, porque esse blog tá cada vez mais melancólico, daqui a pouco não vai restar um único seguidor sequer. Esquece.

Lá vem o crocodilo fazendo tic-tac outra vez, tenho que ir. Há muito o que fazer até o fim desse domingo.
Espero que eu tenha notícias melhores da próxima vez. Fique tranquilo, não vou te abandonar de novo.
Qualquer hora dessas eu desisto e venho lhe falar dele, você vai ver.


Opaco - Hananza Andrade

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